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GPAMDA – Um exemplo de acolhimento.
Aline Garcia
Nos textos para o Brasil Presbiteriano, até agora, falamos principalmente sobre o autismo e outras síndromes e transtornos, em várias perspectivas, dentre elas, sobre a importância da igreja acolher essas e outras pessoas. Um exemplo vivo desse acolhimento é o GPAMDA (Grupo Presbiteriano de Apoio a Mães de Atípicos), ministério que teve início na IP de Pinheiros, em São Paulo. Ao escrever sobre ele, comecei a pensar na sua importância para os nossos tempos e em como Jesus veria um ministério como esse.
Ao meditar nas Escrituras, principalmente nos evangelhos, isso ficou nítido. Jesus sempre ensinou seus discípulos e sua igreja a amar os “pequeninos”, cuja palavra grega é mikró e se refere, às vezes, às crianças, e outras vezes aos considerados sem valor e insignificantes. Nos tempos de Jesus, insignificantes eram as viúvas, as crianças, os pobres, os doentes e os “deficientes”. Ao ponto de, os próprios discípulos, muitas vezes, tentarem impedi-los de se aproximarem do Mestre (Mt 18.10; 25.40; 14.21; 18.10; 19.13; Tg 1.27). Mas Jesus os acolheu e ensinou sua Igreja a acolher também. Os tempos mudaram, mas continuamos com pessoas sendo preteridas no ministério de evangelização e ensino da Palavra e, quem somos nós para “decidir a quem Deus chamou e deve chamar”?
O GPAMDA, grupo da IP de Pinheiros, surgiu em 2018 com essa perspectiva de amor às famílias atípicas e em apoio a elas. Na realidade, segundo as palavras da sua fundadora, Maria Aparecida Pereira de Castro Augusto, após o pedido de uma amiga, ela teve uma “insônia frutífera” e foi tocada pelo Senhor a começar esse ministério. Ela “não tinha a dimensão de que Deus faria algo tão grande e o GPAMDA chegaria aonde chegou”.
E desde a sua fundação, o propósito do GPAMDA é propiciar acolhimento efetivo e promover a inclusão de pessoas com deficiência e das suas famílias. Desde 2019, o GPAMDA realiza encontros mensais, com atividades separadas para pais e crianças. Durante esses encontros, os pais participam de palestras, devocionais e rodas de conversa, enquanto as crianças são supervisionadas por tutores, participando de atividades lúdicas e direcionadas a elas. Além disso, o GPAMDA incentiva as famílias atípicas a se envolverem nas atividades da igreja, inclusive participando ativamente delas. A partir desse ministério, a IP de Pinheiros tem membros autistas e Downs no coral, um jovem com síndrome de Down que contribui tocando bateria e outro que ajuda a servir os lanches na EBD, tem crianças participando de cantatas e de diversas atividades de integração e colaboração.
Segundo Ana Paula Albuquerque, uma das coordenadoras do grupo, “desde 2021 o GPAMDA, por meio de conferências, visa reforçar a importância da inclusão de pessoas com deficiência na igreja e, além disso, busca mostrar, para as famílias atípicas, que o Senhor as ampara e que seus filhos são amados e vieram para manifestar a glória de Deus. Porque uma igreja que não inclui as pessoas com deficiências é incompleta. Afinal uma parte do corpo de Cristo está faltando”. Nessa perspectiva, é forçoso que a Igreja acolha esses “pequeninos” dos nossos tempos.
NOTA: Se a sua Igreja quer ser acolhedora e começar esse ministério, a coordenação do GPAMDA visita os que desejam fazer inclusão e compartilha a sua experiência. Siga e entre em contato pela sua página do Instagram: @gpamda.
A Dra. Aline Helen Corrêa Garcia é Bióloga, com doutorado em Distúrbios do Desenvolvimento; Professora Universitária na área de formação de professores; membro da VI IP de São Bernardo do Campo e esposa do Rev. Adelson Luiz Garcia.